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Este fim de semana prolongado da Páscoa foi tudo o que precisávamos. A uma velocidade muito reduzida, com tempo para muito, conseguimos fazer aquilo o que tínhamos planeado. E ainda dormir sestas. Os miúdos tiveram perto de si todas as pessoas por quem estão habituados a chamar quando alguma coisa lhes corre mal e por isso arrisco a dizer que por estes dias, andaram sobre as nuvens.
Passeámos um pouco mas sobretudo aproveitámos o tempo juntos para brincar, cozinhar e reunir-nos à volta da mesa.
Pela primeira vez arrisquei fazer o cabrito da Páscoa e tenho que confessar, sem falsas modéstias, que agradou a todos. Estava cheia de medo porque à mesa tinha só especialistas na matéria: o meu pai da Guarda, o meu sogro e o meu marido Transmontanos....quer dizer....a pressão era alguma, vá.
Socorri-me da mãe de uma amiga que cozinha estes pratos tradicionais como ninguém. Tratei de assegurar a melhor matéria prima (Obrigada Cat!!) e depois foi jogar os dados e esperar pelo melhor.
Experimentei uma nova receita de cheesecake que em breve prometo partilhar aqui no blog e pelo meio fomos trincando umas maravilhosas bolachas (ora as de aveia e tomate seco ora as de laranja e chocolate branco) que podem comprar n´Armário e que são de comer e chorar por mais. Acreditem em mim.
Os miúdos estão em fases maravilhosas (apesar de exigentes). O Manuel fala imenso com conversas altamente elaboradas que nos surpreendem todos os dias. É muito difícil, diria mesmo que impossível, convencê-lo a vestir o que não quer e por ele, na verdade, usava sempre as mesmas coisas todos os dias. No outro dia, depois de lhe dizer que não podia vestir a camisola preta que estava suja e depois de termos estado o que me pareceu uma eternidade naquela negociação (e ele a ter vencido e ter voltado a vestir a camisola depois de a ter ido buscar ao cesto da roupa suja), nesse dia, horas depois, ao almoço comunicou-me: - mãe, o meu coração está triste contigo. Porquê Manny? - Porque tu não me deixavas vestir a minha camisola preferida e assim o meu coração fica triste.
E quando vem, em auxílio do irmão, brigar comigo porque lhe estou a por soro no nariz: mãe, não vês que ele não gosta?! O mano está a chorar! Mãe, pára com isso!
Já o nosso Joaquim, anda um preguiçoso de primeira para falar porque se exprime muito bem quando quer alguma coisa. Leva-nos pela mão, pede-nos colo e n-ã-o d-e-s-i-s-t-e até ter o que quer. A sério, ganha-nos pela exaustão mas depois sorri com aquela cara malandra e esquecemos tudo.
Estes momentos em família e estas datas especiais são sempre agri-doces porque se por um lado aproveitamos e gostamos tanto de estar todos juntos, por outro é impossível não sentir ainda mais a falta dos que já nos deixaram. Lembra-me um livro do escritor José Luís Peixoto em que dizia sobre o pai que o seu lugar da mesa estava sempre lá mesmo depois de ter partido. E assim foi, na nossa mesa de Páscoa pusemos pratos para 6 mas fomos e seremos sempre 8.
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