Foi assim que aconteceu: o Vestido

25.4.17

Temos andado em arrumações aqui por casa. Daquelas profundas. Não só na nossa casa como na casa dos meus pais. Com obras à porta já não havia mais desculpas para não olhar para os caixotes, sacos e armários que guardavam peças fechadas há décadas. E eu vou frequentemente a casa dos meus pais revirar algumas gavetas procurar relíquias da minha mãe. Mas a capacidade que o meu pai tem em guardar pequenos tesouros nunca pára de me surpreender.

Numa das visitas guiadas para me contar a nova organização dos armários espalhados pela casa (peças de moda, peças clássicas, ...) encontrei este vestido e deitei-lhe logo a mão. Foi uma questão de instinto. O mesmo que dias antes me tinha feito apanhar um vestido que estava entre trapos para passar a usar como panos de limpeza.
Bastou-me ver o padrão miudinho (adoro este termo, lembra-me a minha avó Irlanda) e as pregas a sair da cintura para perceber que tinhamos sido feitos um para o outro. Quando o vesti nem quis acreditar. Estava perfeito. Sem precisar de nenhum ajuste e com um modelo que me fez querer correr a uma costureira com tecidos para o reproduzir em linha de montagem.
O facto de que foi usado pela minha mãe e de guardar a sua memória faz-me andar com uma confiança que não tenho quando uso outras roupas. Compro cada vez menos roupa, dei um guarda-roupa e mesmo assim tenho a sensação (real) de que tenho o meu armário cada vez mais cheio com estes achados que vou fazendo pela casa dos meus pais. 

Juntei ao vestido umas sandálias iguais a umas que a minha mãe tinha, um anel que as minhas amigas me ofereceram nos anos e os óculos do André e ficou o conjunto perfeito para um passeio para pequeno almoço com a minha família.
Aquela mesma família que por vezes me leva à loucura com o barulho e animação mas de que sinto falta nos primeiros cinco minutos em que estão a dormir.

Gosto disto. De peças com história e talvez por isso nunca me tenha importado de comprar coisas em segunda mão. Mas claro, as minhas preferidas são mesmo as que me chegam de bem perto e que ainda trazem um pouco da minha mãe.
Espero que gostem do meu novo vestido e que me perdoem o notório excesso de fotografias mas ando com um poder de síntese de fugir!

Domingo...

24.4.17

Este Domingo foi um dia em cheio para os miúdos. E até o podia ter sido por apenas um motivo: comeram gelado e ainda nem era hora de almoço. Mas para além disso houve direito a passeios e pequeno almoço tardio (já depois das habituais panquecas em casa, hoje em dia feitas quase sempre pelo André que me deixa ficar até um bocadinho mais tarde na cama).
Para um destes dias de passeio curto em que queremos voltar a casa ainda a tempo de preparar almoço, vamos muitas vezes ao Monte. A maior parte do passeio lá por cima é pedonal e há dois cafés onde vale bem a pena parar. 


Dentro do Monte Palace Tropical Garden encontram um pequeno café que para além de ser dos sítios mais giros que por aqui se vê, tem pequenas refeições deliciosas. Sopas, tostas e pequenos almoços de comer e chorar por mais.
Os miúdos, depois de terem devorado panquecas em casa, ainda comeram uma torrada e o Joaquim, como habitual, provou todos os nossos pratos que é como quem diz, comeu metade. Pelo menos. Com aquele corpo magrinho ele come por três mas ninguém acredita. Quando estamos em casa e eles jantam primeiro ele come o dele, espera que o irmão acabe e deixe alguma coisa para trás e depois come pelo menos 3 peças de fruta. Num dia calmo!

Já não deve faltar muito para invertermos posições....

Eles deliraram com este cisne. Foram corridas e risotas desenfreadas à volta do lago antes do regresso a casa para preparar o almoço.

A Páscoa...

23.4.17

Esta Páscoa fica marcada por uma enorme quantidade de ovos de chocolate ingeridos. Mais do que eu gostaria de admitir. Mas a verdade é que chega a uma altura em que mais vale encolher os ombros e deixá-los divertirem-se a caçar ovos e esperar que a semana seguinte traga a normalidade de volta.
Fomos passar o fim de semana a um hotel onde já tinhamos estado com os miúdos e que sabemos que é sempre sucesso garantido. A piscina é maravilhosa e os quartos também e a cozinha do Chef Yves Gautier é qualquer coisa. Quando eu achava que nada podia superar as refeições da nossa última estadia...para não falar do pequeno-almoço e dos produtos maioritariamente biológicos que são usados muitos deles produzidos na própria quinta. 
Fiquei com pena de não termos conseguido apanhar as cerejeiras em flor no seu auge mas ainda conseguimos encontrar algumas num passeio pelo Jardim da Serra. 
Dois dias de mergulhos intensivos e o regresso a casa para o almoço de Páscoa com um borrego maravilhoso que já tinha encomendado do Chef Júlio Pereira e que só tive que descongelar a pôr no forno para tostar. 

A quinta tem uns jardins lindos perfeitos para partir à descoberta com os miúdos e para organizar uma caça ao ovo da Páscoa. Tivemos sorte e ainda conseguimos um passeio de entardecer depois do jantar. O resto do tempo não conseguíamos convencê-los a sair da piscina. Penso que terá sido à conta de tantos mergulhos que me ofereceram otites no meu dia de anos. Mas se lhes perguntarem eles certamente dirão que valeu a pena.

Aqui vai disto...

18.4.17

Não consigo compreender muito bem esta algazarra em torno do 40º aniversário, confesso. Não por ser eu agora a fazer. Não por achar que a idade é só um número. Simplesmente porque vejo tudo isto com naturalidade (se calhar um dia mudo de ideias). A idade é uma das coisas mais democráticas. Chega-nos a todos. Se tivermos sorte. E eu sou uma sortuda. Porque faço 40 anos cheia de concretizações pessoais e profissionais.
Comecei a trabalhar ainda nem tinha bem saído da universidade com 23 anos e nunca mais parei. Durante anos acumulei trabalhos. Dia, noite, fins de semana e sempre o fiz com enorme prazer porque fui educada para não dar nada como garantido e para dar o melhor de mim.
Depois chegou o Manuel, o Joaquim e por fim a Isabel e o ritmo foi abrandando para conseguir ter braços disponíveis e tempo para os proteger.
Criei uma família que não imaginava um dia ter nem nos meus audaciosos sonhos e tenho os meus projetos profissionais que me enchem as medidas.
E por isso penso, como não estar feliz por fazer 40 anos? Claro que estou. Só podia.


Os bolos maravilhosos são da Cristina Pinto!

Ultimamente, por aqui...

11.4.17

Ultimamente, por aqui, tem havido muita teoria e pouca prática.
Por norma quando estou a terminar o banho (cheia de energia pelo choque com a água) ou a adormecer (iludida com a ideia de que vou ter uma noite tranquila) faço imensos planos para os dias seguintes. As arrumações que vou dar na casa, as receitas que vou experimentar, os novos projetos que vou costurar ou pintar ou, ou, ou....
95% destes planos têm ficado pelo caminho e, para ser honesta, nem passam dos minutos seguintes de terem sido delineados. Mas já acho que é um bom passo. Há vontade portanto...só falta mesmo execução. Mas, em minha defesa, as semanas são de correria. Com o André em casa só aos fins de semana entre a Isabel e todos os outros afazeres diários (aos quais se juntam obras em casa) o meu tempo parece evaporar-se sem que eu tenha sequer dado por isso.
Vale-nos os fins de semana a 5 (!!) com muitas idas ao parque e passeios e algum tempo para cozinhar e reunir à volta da mesa como tanto gostamos.

Cá por casa o maior atractivo por estes dias são os sorrisos rasgados da nossa Isabel. Estamos derretidos e ela percebe-o bem porque distribui sorrisos a quem lhe der uma atenção mas sobretudo à mãe (deixem-se ser um bocadinho presunçosa, vá lá).

Por estes dias também tenho aproveitado as sestas da Isabel para deitar mãos à obra no nosso mobiliário de jardim impulsionada pelas obras que temos em casa. Não é fácil mas a verdade é que acaba por ser relaxante e o tempo que ali estou fico absorta naquela função. Para além dos bancos que vos mostrei no post anterior, já pintei as mesas de madeira, cadeiras e mesas de ferro... :) ninguém me para agora!

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