2021 - o ano da esperança

31.12.21

Olhando para as imagens leio 2021 como um ano tranquilo mas na verdade as memórias lembram-me um ano intenso. Mas de esperança, esperança que a Pandemia venha a ser passado e que possamos voltar a viver a tão ansiada normalidade. Deixar o medo para trás e abraçar com força a família e os amigos. Janeiro começou logo aos soluços entre escola a confinamento e passámos muito tempo a jogar jogos de tabuleiro, a cozinhar e desfrutar das nossas refeições em família (a Isabel fez muitos bolos) e a ir andar de skate perto de casa. Foi também o mês em que rumámos novamente à Madeira quando as escolas voltaram ao ensino à distância. 
Em Fevereiro estivemos no Funchal, em casa, com os miúdos a passar todos os intervalos em mergulhos e no jardim com a Mia. Com saudades dos amigos e da escola mas com a possibilidade de terem um mundo exterior todo à sua disposição. Descíamos as escadas para um mergulho no mar e fizemos muitos BBQ´s no jardim. A Isabel fez anos e teve direito a bolos e vestidos de princesa e a atenção toda para ela.
Em Março anunciava-se o regresso à escola e queimámos os últimos cartuchos com uma Madeira a viver uma normalidade maior do que Lisboa. Cortaram cabelos, brincaram muito e preparamos o regresso a casa.
Em Abril o sol começou a brilhar em Lisboa e as temperaturas a subir. Os restaurantes começaram a abrir e celebrámos o meu aniversário os 5 sem grandes comemorações porque não eram permitidos ajuntamentos e porque nós os 5 já éramos o total permitido numa mesa. Aproveitámos para ir aos jardins e parques no exterior para os miúdos sentirem o menos possível a pressão da pandemia.
Em Maio fui ao Funchal e levei a Isabel que ainda era a única que podia faltar à escola sem problema. Nos fins de semana explorámos muitos parques novos com especial interessa por parte dos rapazes do parques de skates.
Em Junho aproveitamos os feriados e rumamos ao sul de Espanha para explorar e descansar. Alugámos uma casa numa pequena Aldeia a passeámos e comemos muitas tapas. Os miúdos adoraram a ideia de explorar cidades novas a cada dia e deram mergulhos sem fim na piscina da casa. As aulas acabaram e começaram os preparativos para o regresso em Setembro com o Manuel a mudar de escola.

Em Julho regressei com os miúdos ao Funchal para as suas "férias grandes". Os rapazes regressaram à vela e a Isabel fez umas aulas intensivas de natação para perder o medo que tinha da água e aprender a nada. Depois de 3 aulas sempre a chorar fez-se um click e passou a gostar :) e aprendeu a nada tirando de cima de mim uma enorme angústia. 
Os rapazes foram muitas vezes visitar-nos pelo mar ora de optimist ora de kayak. Fizeram novos amigos e passaram grande parte do tempo descalços e em calções de banho.
Em Agosto fomos ao Porto Santo e tivemos a sorte de - uma vez mais - coincidir com amigos. Demos muitos passeios e mergulhos. Com os miúdos mais crescidos e com mais autonomia conseguimos dar muitas caminhadas e explorar mais a ilha.
Em Setembro fez anos o Joaquim - 8 anos! - e chegou a Masha. A nossa cedência perante os pedidos repetidos dos miúdos. Um pequeno furacão que veio adicionar mais um bocadinho de confusão ao nosso dia a dia. Como se precisássemos.... :)
Em Outubro fez anos o Manuel - 10 anos - e passou o dia com amigos no Paintball. Um programa sobre o qual ouvimos falar desde então quase diariamente. Recebeu uma bicicleta e todos os dias nos pede para ir andar sozinho. Quer crescer ainda mais depressa do que já tem crescido. Outubro foi também o mês que regressámos aos nossos passeios pela Gulbenkian mas desta vez já a pé/trotinete/bicicleta desde casa com todos mais crescidos. 
Em Novembro fomos a Valpaços de pois de muito tempo sem lá ir. É sempre um programa vencedor para os miúdos que adoram lá ir apesar da viagem longa de carro. Gostam muito da possibilidade de andar calmamente pelas ruas e de comer os maravilhosos petiscos da D. Madalena.

A Pandemia voltou a mudar os nossos planos em Dezembro e com o anúncio do fecho das escolar por mais uma semana decidimos passar o final de ano no Funchal depois de termos passado o Natal em Valpaços. Apanhámos dias de Verão, os miúdos deram mergulhos todos os dias e entrámos no ano novo cheios de esperança num 2022 normal.

E já lá vão uns anos com estes posts de final de ano. Espero que um dia eles - e nós pais - possam relembrar o que viveram connosco na infância. 



 

Lá ao longe...

13.4.21

A poucos dias de fazer 44 anos tenho dado por mim, ultimamente, a relembrar tantas coisas da minha infância. Do ser filha, quando ainda não era mãe. Acho que esta transição foi para mim, um dos maiores desafios que já enfrentei. Não por ser difícil ser mãe mas porque eu era tão cheia de certezas enquanto filha, porque achava que tinha as respostas todas e sabia exatamente onde é que a minha mãe tinha errado e como deveria ter antes feito. Que ignorante que fui e que presunçosa também. 
Lembro-me de olhar os meus pais (com a idade que tenho agora) e de os achar pessoas adultas, aqueles que guiavam o caminho, que sabiam distinguir o certo do errado, que tinham respostas e que tinham o poder sobre tudo o que nos rodeava. Hoje, olho para mim e sinto-me ainda uma miúda, tantas vezes a driblar responsabilidades na tentativa - muitas vezes falhada - de as alinhar e encestar nos sítios corretos. 

O meu pai telefonou-me um destes dias a dizer-me que nem sabia para onde tinha voado o tempo mas que queria dizer-me para aproveitar muito os 40 porque guarda as melhores memórias dessa altura. Mas que passam a correr. 

Pois passa tudo isto, a uma velocidade tão grande que só nos apercebemos disso quando já lá está atrás. E eu quero viver um bocadinho mais devagar mas os dias são tão rápidos que às vezes não consigo lidar com esta vida a diferentes velocidades e sinto que não chego a todos os lados sendo que o lado onde nunca quero falhar é o dos meus filhos. Nem da minha família. Nem dos meus amigos que são família. 

E para não falhar às vezes penso que o melhor é fechar os olhos e deixar que o leme se guie sozinho por um bocadinho, para ver para onde vai a corrente que espero que para águas calmas.

Vamos a isso 44, a dar o melhor de mim e a esperar que a vida retribua. 

Ultimamente, por aqui...

12.4.21

Ultimamente por aqui, não tenho conseguido regressar ao blog como tinha planeado. Por um ou por outro motivo que não são realmente justificação para que não consiga encontrar uns minutos para deixar aqui um post como queria.
Este último ano desculpa um bocadinho esta ausência com todas as idas e regressos entre Lisboa e Funchal à conta da pandemia. Por um lado sinto que tivemos a maior sorte do mundo por poder passar juntos no Funchal estes meses de incerteza. Quase como numa bolha de segurança com o cenário perfeito. Mas por outro sinto que esta incerteza, a falta dos amigos e da rotina - e daquela sensação tão boa de normalidade - os tem vindo a marcar muito e não sei nem como nem até quando. 


No Funchal, neste último confinamento dediquei-me a tricotar meias algo que nunca pensei que fosse conseguir fazer. Adoro tricotar mas não me tenho por uma tricotadora exímia nem nada que se assemelhe a isso. E as meias estavam sempre a um nível que me parecia inatingível porque não estava a conseguir visualizar a sua construção. Até que percebi que era exatamente isso que me faltava: perceber como eram feitas. A partir do momento em que o percebi desatei a fazê-las. Fiz para mim e para o André como presente do dia do Pai e ele adorou ou que me encheu de orgulho.


Os miúdos estão em idades cada vez mais engraçadas porque vão demonstrando as suas personalidades e já são companheiros em muitas coisas. Claro que continuam a ser crianças e brigam muito, riem muito, choram e conversam. Chama-se a isto infância não é?
Às vezes tento regressar à minha infância para os compreender melhor. Sobretudo ao Manuel em quem vejo muito de mim e quero muito ajudá-lo a não passar por algumas das angústias que me lembro de ter sentido. Ao mesmo tempo que quero ajudar sinto que muitas vezes estou só a desajudar. A maternidade é um caminho e às vezes tem muitas curvas e estradas cortadas....


Pedem-nos - especialmente a Isabel - um cão para termos "na casa da lisboa", pedido a que temos sempre conseguido escapar-nos. Mas derreto de cada vez que a vejo nesta relação cúmplice com a Mia. Todos eles tiveram sempre um carinho enorme pela Mia e pela Eva (que já partiu) mas a Isabel tem uma cumplicidade, um carinho sem pressa de quem desfruta o momento.



A nossa cozinha em Lisboa foi um espaço pensado para estarmos todos juntos em família e com amigos. Gostamos de ajudar nas refeições e a pôr a mesa, de conversar enquanto um cozinha. Habitualmente ao som de música passamos aqui muito tempo e não sei porquê mas olhar para ela deixa-me feliz. Talvez por a associar a tantos momentos felizes.
No ano passado aproveitei um apoio da Câmara Municipal de Lisboa (entretanto abriram novas candidaturas) e comprei uma bicicleta eléctrica. Gosto muito de não andar de carro e sempre preferi a possibilidade de andar a pé ou de transportes em especial o metro. Com a pandemia essa opção deixou de ser tão boa e passei a andar nas bicicletas da CML mas nem sempre conseguia uma nas estações perto de casa e por isso acabei por aproveitar a oportunidade do apoio e foi uma decisão maravilhosa. Andar de bicicleta tem quase um efeito terapêutico.



Como muitas crianças os rapazes aqui de casa andam viciados nos skates e o Manuel aproveita todas as saídas para praticar os seus truques.


O Joaquim está a aprender a ler e apesar de ser o mais enérgico dos três é também o que melhor se concentra quando chega a altura de trabalhar. Quer chegar a casa e fazer logo todos os trabalhos - bem feitos - e está a adorar esta descoberta da leitura. Lê os rótulos das embalagens e tudo, sempre curioso.

E assim estamos nós, por aqui. Espero que desse lado - se é que alguém ainda visita blogs - também estejam bem. Com saúde e força para continuar este caminho.

2020 - o ano que não se esquece

31.12.20


Chegou ao fim 2020. E que ano este. Aquele que dificilmente esqueceremos enquanto formos vivos. Um ano de incertezas, mudanças, adaptações, medos e inseguranças. Mas ao mesmo tempo, foi para nós, um ano de união. Apesar de termos tido que estar longe do André por longos períodos, quando estivemos juntos conseguimos aproveitar cada minuto. Mas vamos por meses :)
Janeiro: um mês frio em que fomos celebrar um aniversário ao Porto e apanhámos dias lindos de sol. Foi também o mês do meu primeiro mergulho no mar numa viagem rápida ao Funchal. A primeira em que fui sozinha. Retomei os bordados e entretive-me muito a fazer pequenos bordados usando os fios da minha mãe.

Fevereiro: A Isabel fez 3 anos s os unicórnios passaram a estar - permanentemente - na nossa casa. Foi também o mês do Carnaval em que tivemos um Ninja, um Sonic e um Coração humano em casa e foi no dia 23, aniversário da minha mãe, que fomos à Costa com queridos amigos e demos o nosso primeiro mergulho no mar.

Em Março rumamos ao Funchal no que achamos que seriam umas Férias da Páscoa antecipadas e acabaram por ser uma temporada de 6 meses. Fio também o início do ensino à distância e do meu papel (nem sempre bem conseguido) de professora. Os miúdos anteciparam a sua temporada de "pés descalços" que os deixa incrivelmente felizes. Foi também o mês de aniversário do André que celebrámos todos juntos em confinamento.
Abril: foi o mês do meu aniversário e foi a primeira vez que o passei longe do André desde que namoramos. Foi também o mês em que foi descobrindo trabalhos de tricot da minha mãe que foi deitando mãos à obra para terminar. Cozinhámos muito em casa e aperfeiçoámos a arte do BBQ e da fermentação natural. 
Maio: Mês de estudo em casa, ainda em confinamento e com o tempo a deixar-nos estar mais no jardim. Foi também o mês em que celebrámos o dia da Mãe.

Junho: Estes meses no Funchal, quase sempre em casa, centraram-se também muito à volta da mesa. Todos gostamos de cozinhar e estes horários mais flexívies deixaram-nos tempo para preparar refeições como pizza no BBQ ou hambúrgueres inteiramente caseiros.

Em Julho os rapazes começaram a ter aulas de vela e sentiram-se em casa. Foi a primeira vez em que estavam prontos 10 minutos antes de sairmos de casa. Foi também mês de muitos mergulhos no mar. 

Em Agosto levamos os miúdos a fazer algumas levadas da Madeira pela primeira vez o que resultou em programas de família que agradaram a todos. São passeios incríveis que têm um pouco de tudo.

Setembro marcou o nosso regresso a casa e terminamos as férias das melhor maneira em Tróia. Foi também o mês do regresso às aulas e em que o Joaquim fez 7 anos e entrou no primeiro ano.

Em Outubro fez anos o Manuel e passámos a ter um ajudante na cozinha. Com todas as restrições de saídas passámos muito tempo em casa e o Manuel passou a ser o maior ajudante do pai na cozinha.

Em Novembro começámos a habituar-nos aos nossos "meios fins de semana" e conseguimos aproveitar ao máximo o convívio com os amigos e as refeições em casa. 
Dezembro marcou o nosso regresso em familia ao Funchal onde os miúdos mataram saudades do bom tempo e dos mergulhos na piscina e no mar.
Foi também o primeiro Natal que passámos só os cinco, sem viagens no 24 ou 25 o que lhes permitiu passar um dia inteiro a desfrutar do Natal.

E assim chegou ao fim mais um ano! Estamos com muita fé e esperamça em 2021.

Se tiverem curiosidade encontram aqui os anos anteriores 2019 //  2018 // 2017 // 2016 // 2015 // 2014 // 2013 // 2012 

O que significa que este é o 9 ano que faço este post...nem sei para onde voaram estes anos mas fico feliz por ter tão boas memórias.
























 

As memórias em mim...

25.6.20
Haverá certamente uma explicação para esta minha inabilidade para ficar parada. Eu chamo-lhe herança genética porque cresci a ver os meus pais sempre a fazer alguma coisa nos seus tempos livres. E assim, aos poucos, também eu fui crescendo para esta ideia de que, se não gosto ou se quero diferente, porque não tentar fazer?Acontece agora com esta estante que estava há anos num conto num quarto com roupas dos miúdos depois de ter estado com documentos no escritório da minha mãe. A estante chega inicialmente pela mão do meu avô Celestino como oferta para a minha mãe quando regressámos de Coimbra, para que pudesse guardar os seus documentos profissionais. Mas esta não foi a primeira peça de mobília que restaurei. Ao longo dos anos já fui renovando vários móveis que vou encontrando na casa dos meus pais e aos quais vou dando novas vidas. Mas esta estante foi sem dúvida a maior e mais desafiante. O desafio era tanto maior porque eu sentia que não podia falhar. É um móvel com história e com a memória da minha mãe e eu não queria de modo nenhum perdê-lo. Mas vamos agora a  como o fiz?1. A primeira coisa que há a fazer e na qual não se pode poupar esforço é lixar a peça. Lixar bem cansa. E cansa muito. Mas não ficará um trabalho bem feito se não o fizermos. Lixar e depois limpar bem para retirar vestígios de verniz, tintas anteriores, gorduras. 2. Depois de bem lixado e limpo, é altura de aplicar o primário. É normal que o primário não cubra bem a madeira e que fique tudo manchado e até feio. Sem preocupação, é mesmo assim, Pode acontecer ser necessário, depois de o primário estar bem seco, a passagem de uma lixa de grão bem fino, para uniformizar algumas imperfeições. Neste caso apenas passei a lixa pontualmente. Tenham em atenção que as camadas de tinta têm que estar bem secas antes da aplicação seguinte. É um processo que não vale a pena tentar apressar.Dicas de material: Para pintura de móveis prefiro a utilização de rolos. A trincha uso algumas vezes e somente na aplicação do primário porque acho que marca demasiado a superfície e muitas vezes larga uns pelos que mesmo que sejam retirados deixam marcas. Há vários tipos de rolos. Para o primário e primeira demão uso os "mais felpudos" porque levam mais tinta e pintam de forma uniforme. Para última camada usam-se os de esponja muito fina para que a pintura seja o mais uniforme possível. Depois, para os pormenores e para os cantos uso pincéis de diferentes tamanhos. As portas deram-me algum trabalho (e muitas dores de costas) porque pintei friso a friso com o pincel mais pequeno. 3. Depois de bem seca a camada anterior então passa-se a seguinte. Neste caso dei primário e duas demãos de tinta. Atenção para não cair na tentação de levar muita tinta no pincel/rolo porque isso pode muito bem significar - por exemplo - uma porta que deixa de fechar ou gotas visíveis que escorrem na pintura e que podem marcar a superfície. Dica de finalização: Nestes cantos das janelas que pintei com o pincel mais fino ficaram alguns restos de tinta secos. Como os limpei? usando a técnica das esteticistas para tirar o verniz dos cantos das unhas :D. Com os pauzinhos afiados e um pouco de algodão na ponta que molhei em diluente e depois cuidadosamente fui passando nos frisos. À volta da própria fechadura e dobradiças usei os pincéis mais finos em vez de as cobrir com fita. É preciso escolher pincéis com cerdas macias e "controláveis" ao mesmo tempo, ou seja, não muito compridas. A escolha das tintas: Uso quase sempre as tintas da CIN porque gosto da qualidade e diversidade. Para as madeiras e para um acabamento mais perfeito e duradouro escolho sempre esmalte sintético e gosto desta finalização mais mate. Neste caso as cores são: o cinza azulado tem a referência 32G2 e o beige 05W4. Usei uma lata mais pequena de cada uma e sobrou. Deixo-vos ainda a sugestão de, a cada vez que usarem a tinta no prato adicionarem umas gotas de diluente o que muitas vezes ajuda a tinta a deslizar melhor. Isto faz-se no esmalte sintético, não nas tintas de base de água. Uma boa dica é também a de terem à mão um saco de plástico em caso de fazerem uma pausa poderem fechar lá os pincéis e rolos que assim não secam logo.Espero que gostem e se tiverem dúvidas deixem nos comentários que tento ajudar, se souber!







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