As casas que o amor constrói...

22.4.13
No outro dia experimentámos uma receita em casa que nos lembrava das nossas passagens pela Casa Ronald McDonald de Baltimore (RMCDH) onde no ano passado estivemos 3 vezes. Estava a preparar-me para partilhar a receita e quando dei por mim o post já era quase todo sobre a RMCDH e muito pouco sobre os cheesy eggs (que partilho depois, prometo).

No ano passado, em Janeiro, o Manuel foi operado com 3 meses (já tinha falado um pouco disso aqui) e depois de tanto avaliarmos todas as soluções possíveis para o caso dele, acabámos por ir até ao outro lado do mar e com certeza que imaginam como íamos com o coração a bater nas mãos. Nós os dois, para o outro lado do mar, no pico do Inverno e com o nosso M com 3 meses...e por isso quando nos sugeriram do hospital que passássemos aquele primeiro mês na Casa Ronald McDonald pensámos: porque não?

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O slogan da casa é revelador do princípio pelo qual se rege: the house that love built. E foi mesmo isso que sentimos de todas as vezes que lá voltámos. Um carinho, um regressar a casa ao fim dos dias por vezes difíceis, as caras familiares e as conversas às refeições, os sorrisos apesar das dificuldades.

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Das três vezes que lá estivemos conhecemos novas famílias e reencontrámos outras. Famílias com quem construímos amizade, que nos contavam as suas ansiedades e que se preocupavam connosco como se no fundo fossemos todos familiares próximos. Pessoas que partilhavam connosco as suas histórias, as tristezas e as vitórias. Vibrámos de alegria com boas notícias e tememos pelas más, como se fossem as nossas.

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Atravessar o mar e depois de uma longa viagem entre avião e carro, entrar numa casa e ver os sorrisos virarem-se para nós: hi Manny! Era mesmo uma sensação de um regresso a uma casa que também era nossa. Onde nos conheciam e onde todos rezavam que, para todos, corresse tudo pelo melhor. Conhecemos uma família do Kuwait que esteve lá mais de um ano para acompanhar a pequena Lulu nas suas inúmeras operações, ou a de Donna que vinha de Portland com a Hannah para lhe segurar a mão e dar força na recuperação dolorosa das suas intervenções. Mas eram sempre tantas as famílias, e tantas as histórias....

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E na casa - e no país no geral - vi um conceito de voluntariado que nunca tinha conhecido até então. Todos os dias, na casa, os pequenos-almoços e os jantares eram servidos por voluntários. Grupos de mães, estudantes, associações, empresas, cafés,....que se organizavam de forma a que as famílias saíssem e regressassem a casa sem terem que se preocupar com as refeições. Todos os dias, às 6h30 começava a sentir o cheiro das panquecas, dos ovos e chegava à cozinha para encontrar uns rostos simpáticos que perguntavam o quanto bastasse para dar uma palavra de conforto. E ao jantar reuníamo-nos todos a partilhar o dia e a participar em actividades com os mais pequenos.

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Em Lisboa também há uma casa Ronald McDonald e tenho muita vontade de um destes dias ir lá oferecer um sorriso amigo às famílias e uma refeição para os ajudar a passar um dos tantos dias difíceis que têm que enfrentar. Se estiverem interessados em colaborar organizem-se e entrem em contacto com a casa! O amor que ajuda a construir estas casas, pode muito bem ser o vosso!

4 comments:

  1. Custa tanto ler um pouco daquilo por que passaram, mesmo sabendo do final feliz.....
    Beijocas

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  2. Alexandra, acredita quando digo que só ficaram as boas memórias :) !

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