
Finalmente chegou o Inverno! O Manuel andava há meses a pedir para ir à neve e nós tínhamos a desculpa mais válida de todas: não há neve. De resto, pelo menos por aqui, praticamente ainda não tínhamos dado pelo Inverno mas na semana passada tudo mudou e uma frente fria trouxe neve suficiente para cobrir as montanhas mais altas.
Problema: as minhas memórias de idas à neve incluíam sempre imensa confusão, trânsito e longas caminhadas para conseguir efectivamente ver a neve. Por isso fomos adiando por um, dois dias mas no Domingo achámos que não fazia sentido ter a neve ali tão perto e não os levar. Combinámos com queridos amigos e lá fomos nós à procura de um sítio onde não houvesse grande confusão. E encontrámos. Uma espécie de bosque encantado como se vê nos livros. Com direito a guerra de bolas de neve, bonecos de neve e até baseball com bolas de neve. Um delírio portanto. Para quase todos já que o Joaquim precisava de pelo menos mais três idas à neve até se habituar. Onde o púnhamos, ele ficava e depois quando queria dar um passo chamava por nós. Fez-nos lembrar os primeiros dias na areia.

Gostámos tanto que o Manuel já só vinha no carro a perguntar se podíamos voltar no próximo fim de semana. A verdade é que, por nós, íamos já mas a neve parece que não vai aguentar muito mais. É muito bom fazer estes programas em família e com amigos e ver nos olhos destes pequeninos as memórias que estão a construir. Aposto que esta manhã na neve vai durar por muitos anos e lhes vai sempre trazer muitos sorrisos.


Apesar de às vezes poder não parecer, não se deixem enganar. Sou uma rapariga gulosa. Muito, mesmo. Lembro-me de quando era pequena e a minha mãe estava em Bruxelas a trabalhar e trazia para casa aqueles maravilhosos chocolates que tentava esconder num armário pondo a chave nos mais recônditos lugares. E eu encontrava sempre. E quando os meus pais abriam o armário para encontrar muitas caixinhas vazias. A minha preferência sempre foi para estas pequenas delícias: orangettes. Cascas de laranja cobertas de chocolate. A minha amiga Sara que me conhece desde praticamente sempre também me trazia de vez em quando umas caixinhas maravilhosas quando estava a viver em Bruxelas e eu andava cheia de saudades de tomar um café acompanhado por uma (ou duas, ou três) destas tirinhas e por isso um destes dias resolvi que era hora de perder o medo e deitar mãos à obra.


































